O ínsulo

sexta-feira, março 09, 2007

À ESCOLA BÁSICA E INTEGRADA GUALDIM PAIS 1- FONTE NOVA

O Ínsulo faz hoje questão de emitir no seu blogue uma mensagem do seu alter-ego, para:


ESCOLA BÁSICA E INTEGRADA GUALDIM PAIS 1
FONTE NOVA - POMBAL


Queridos Alunos e Professores,

Quero agradecer-vos a vossa flor e a excelente lista de adjectivos elaborada pelos Alunos do 3º e 4º anos a que a Catarina Simão quis acrescentar uma lista própria. Pretendem com ela, certamente ajudados pelos Professores da vossa Escola Básica e Integrada Gualdim Pais – Fonte Nova, Pombal ,caracterizar um bom escritor. Em boa verdade eu nem escritor sou propriamente dito, e nem sequer pude, com muita pena minha, por motivos de saúde, corresponder ao tão amável convite para estar presente nesta sexta-feira – 9/3/ 2007 -, na “festa escolar”, no âmbito do Plano Nacional de Leitura.
Se tivesse de escolher apenas uns tantos dos vossos adjectivos, eu escolheria os seguintes: atencioso, navegador [também já aprendi a navegar!...], trabalhador, original, imaginador, optimista, amigo, inteligente, risonho, querido, útil, escritor, simpático, espirituoso, sábio.
Mesmo que não tivessem sido escolhidos pela leitura de meus escritos, eles sintetizam o escritor que eu desejaria ser e certamente a ideia de escritor que voeja nas cabeças inteligentes destas crianças, crescendo na aprendizagem da vida; vida que se aprende muito nas lições e no convívio com os Professores, mas também nas boas leituras.
Boas leituras, digo bem, porquanto a gente sabe, eu sei-o por experiência própria, que aluno que lê muito e bem, oferece garantias de ser um bom aluno, não só na disciplina da língua materna – no caso o Português – mas também em todas as outras disciplinas, porque é imprescindível saber bem português para, por meio dele, se aprender qualquer matéria. .
Gostaria de ter estado presente, para vos poder ler um texto meu em que evoco a memória da minha professora da Instrução Primária (era assim que se dizia nesse tempo), numa freguesia do concelho de Pombal em que nasci e comecei a aprender. Era a querida e saudosa D. Alzira: (“Não é munho que se diz, meninos: é moinho”, “Não é genlro: é genro”). Estas e tantas outras formas incorrectas, que eu corrigi e nunca mais esqueci.
Com votos de uma boa aprendizagem e felicidades na vida.

Pombal, 09/03/2007
António Marques

quarta-feira, março 07, 2007

Opa, OPA, Opus...

O Ínsulo vem pôr a questão de saber se as pessoas encontram alguma relação - lexical, semântica ou económico-religiosa - entre as palavras a seguir indicadas. Vem isto a propósito do importante artigo do meu lido e empático Anselmo Borges, Padre e Professor de Filosofia, no DN de 4/3/07, domingo. Era mesmo bom que todos o lessem. O Ínsulo tencionava transcrever aqui um ou dois parágrafos, mas desapareceu-lhe da mesa a folha do dito jornal que continha o dito artigo. E assim só se pode dizer que ele tratava, tão oportunamente, da nova religião – o mercado – e o seu deus – o dinheiro, citando a propósito a passagem evangélica “Ninguém pode servir a dois senhores: A Deus e a Mamona...”. Vejam então a lista das palavras que se seguem e reflictam, pensando no que se está passando neste desgraçado país...
Opa (Do gr. opé), s. f. Espécie de capa sem mangas, usada pelas irmandades e confrarias religiosa. (Dos dicionários).
OPA (Operação Pública de Aquisição).
Opus - palavra latina que significa obra.
Millennium – palavra latina que significa período de mil anos, e que, além de outros usos..., se usa muito, na era dita cristã, na passagem de um milénio para outro.
Mercado - a nova religião
Banca (Bancos)
– em sentido figurado, templos dedicados ao deus dinheiro , também chamado, na Bíblia, Mamona.
Mamona – deus fenício e sírio das riquezas; por ext.: dinheiro,bens, ganho, riqueza (dicionários).
Banqueiros (Financeiros) - Os sacerdotes da nova religião.

domingo, março 04, 2007

CENTENAS DE MILHAR DE JOVENS ?!...

O Ínsulo promete, o Ínsulo cumpre. Aqui vai, finalmente, a explicação da correcção do erro "centenas de milhar de jovens". Para tanto o Ínsulo socorreu-se do livro Tento na Língua!... - 3, rubrica 314, do seu alter-ego. Aí vai, pois:


" Centenas de milhar de pessoas?! O que é isso?!...
Anda por aí, com efeito, esse erro, grassando à sua vontade como se tivesse carta branca, ferindo os nossos olhos nas primeiras páginas de jornais, e também os nossos ouvidos nas pantalhas das televisões. Sem vergonha na cara, como se o mundo fosse dele!... Ainda há pouco, a propósito das comemorações da Revolução [texto escritoem finais de Abril] um jornal noticiava na primeira página, em letras garrafais:
“Centenas de milhar de pessoas em todo o País comemoram Abril” (Sublinhado nosso). Errado!
Errado porquê? Mas antes de responder, para que de uma vez por todas se dissipem as confusões, vamos lá pôr como deve ser:
“Centenas de milhares de pessoas em todo o País comemoram Abril”.
“Milhar” é um numeral colectivo relativo a mil unidades; da mesma categoria de: “dezena” (para dez unidades), “centena” (para cem), “milhão” (para um milhão de unidades). Estes, na linha dos múltiplos de dez. Mas há mais (numerais colectivos) nos entremútiplos: “dúzia” (para 12), “quinzena” (para 15), “quarteirão” (para 25). E podíamos ainda acrescentar: “vintena” (para 20), etc. E bem assim, tratando-se de contagem de anos: “lustro” (para 5), decénio ou década (para dez), “quartel” (para 25), “século” (para cem), “milénio” (para mil)...
Ora, se estes numerais colectivos são, todos – repito: todos -, da mesma categoria gramatical, com valor substantivo e, como tal, sujeitos à mesma flexão morfológica (género: masculino ou feminino; e número: singular ou plural), às mesmas regras sintácticas, e se fosse correcto usar (dizer ou escrever) “Centenas de milhar em todo o País comemoram Abril”, seria igualmente correcto dizer ou escrever : “Centenas de dúzia em todo o País...”, Centenas de quarteirão em todo o País...”Milhares de vintena em todo o País...”, “Centenas de milhão...”, “Dezenas de lustro (ou de século) em toda a História”, etc., etc. Mas se estas não são correctas, como é óbvio, então aquela, pela mesmíssima razão, também o não é!...
E não é, de facto, na minha modestíssima, mas convictíssima, opinião. Então, por que razão se há-de persistir no erro, pondo em letras garrafais, na primeira página dos jornais “Centenas de milhar em todo o País comemoram Abril”, em vez de “Centenas de milhares em todo o País comemoram Abril” ?!... São milhares de pessoas que comemoram! Mais: são centenas de milhares!... Só não são dezenas de milhões, porque os não há...
Mas se o leitor não está ainda convencido, vamos apresentar mais um exemplo, muito simples. Na Europa há centenas de milhões de habitantes, não é verdade? Centenas de milhões, não, é claro, centenas de milhão!... Mas na Europa há pequenos países com apenas algumas centenas de milhares de habitantes. Estão a ver o paralelismo? Milhar e milhão são substantivos (numerais com valor substantivo), com singular e plural. Se é só um, é um milhar, é um milhão. Se é mais do que um, nem que sejam apenas dois, então aí já são dois milhares, já são dois milhões. E se forem centenas deles? É claro: são centenas de milhares, são centenas de milhões!...
Por favor, senhores jornalistas, esse erro de “centenas de milhar de pessoas”, vamos então exterminá-lo?!..."

sexta-feira, março 02, 2007

CENTENAS DE MILHARES

Prometia o Ínsulo, na última postagem, corrigir e explicar o erro assinalado no texto transcrito do JL: “centenas de milhar [sic] de jovens”. Vai aqui corrigir, mas a explicação terá de ficar para a próxima. Deve ser: “centenas de milhares de jovens”. Pronto, está corrigido.
E calha bem corrigir o erro hoje, quando pela ruas de Lisboa se manifesta uma multidão de trabalhadores contra as políticas ditas neoliberais do Governo. Diz-se, nos órgãos da comunicação social, que os organizadores esperam umas cem mil pessoas, ou seja, uma centena de milhares de pessoas. Se são cem mil, é uma centena de milhares, não uma centena de milhar, como se errou no texto transcrito.
A explicação completa fica para a próxima, porque o Ínsulo tem duas perguntas para que não encontra resposta plausível: 1ª - Porque é que a manifestação se faz precisamente no dia em que está a decorrer uma assembleia de accionistas da PT que parece apontar para a derrota da tal OPA da SONAECOM ? (Será assim que se escreve?)
2ª - A propósito dessa coisa das OPAS ( que passaram das procissões para a Economia...), porque é que o Governa vende ou deixa vender as empresas lucrativas para o Estado, se essa venda, além do Estado, vem prejudicar o consumidor e os trabalhadores, que são a maior parte dos Portugueses? (O Ínsulo ouviu isto na Antena Aberta). Ou seja, parece que prejudica todos menos os possíveis compradores – os tais que oferecem as OPAS...
O Ínsulo reitera a promessa de que na próxima explicará o erro “centenas de milhar”, que fica corrigido: "centenas de milhares".
Em tempo, depois do telejornal, o Ínsulo emenda: não foram cem mil, foram cento e cinquenta mil manifestantes. É obra!...

quinta-feira, março 01, 2007

TLEBS ainda e sempre...

Já tem um mês este texto publicado no J L - JORNAL DE LETRAS, ARTES E IDEIAS – Nº 948, de 31 de Janeiro, mas o Ínsulo acha que continua sempre muito actua (amtes que que algum Iluminado se lembre de voltar atrásl:

“A malfadada TLEBS (Terminologia Linguística para o Ensino Básico e Secundário) ainda não morreu, mas, para já, o Governo decidiu suspender a sua aplicação no próximo ano lectivo de 2007-08. De parabéns está, por uma vez, a opinião pública portuguesa, graças à qual foi possível travar algo concebido (com múltiplos erros) no segredo dos deuses, com (nefasta) incidência no ensino de centenas de milhar [sic] de jovens” (JL de 31 de Janeiro, p. 3: SINAIS)

O erro assinalaado, que por aí muito grassa, vai aqui ser corrigido e explicado
na próxima. Se tiver curiosidade, não perca.